O segundo ano de Bruno Pires na elite do ciclismo mundial tem tudo para dar certo. O alentejano natural de Redondo saiu da Leopard, mas encontrou na Saxo Bank uma nova casa… e que casa!
Enquanto membro da equipa de Bjarne Riis, o ciclista de 30 anos vai ter o privilégio de correr ao lado de um dos melhores ciclistas da actualidade e pelo sucesso de Alberto Contador passa também o êxito de Bruno Pires: “O objectivo é trabalhar para a equipa e tendo um ciclista que é garantia de vitórias, como é o caso do Alberto Contador, é nele que temos que nos concentrar, nem sequer pensamos em nós”.
Contador é prioridade, mas a época é longa. Depois de superar com distinção a experiência do primeiro ano no estrangeiro o alentejano espera agora atingir algumas metas pessoais: “Quero ganhar algo, é um sonho provar a mim próprio que posso ganhar lá fora. Claro que quando se está ao lado dos líderes é para eles que trabalhamos e isso torna mais difícil triunfar pessoalmente. No entanto, tive um exemplo este ano no Colorado, quando fui para ajudar os irmãos Schleck e acabei por ser o melhor da equipa, acabando eles por me ajudarem no final. Tudo depende das circunstâncias, mas acima de tudo quero que as pessoas que apostaram e confiaram em mim digam que fui uma aposta ganha, tal como aconteceu este ano na Leopard”.
PRESENÇAS NO TOUR E NA VUELTA DEPENDEM DE UM BOM ANO
Em termos de grandes Voltas só o Giro é carta fora do baralho, quanto ao Tour e à Vuelta tudo depende de um bom ano: “Um dos factores que me levou a nem sequer hesitar quando fui convidado para ingressar na Saxo Bank foi a possibilidade de estar na Volta a França. Tenho 30 anos e por isso cada vez menos tempo para cumprir esse sonho. Claro que ainda tenho muito para dar, mas a vontade de estar no Tour é grande e por isso vou dar tudo para mostrar à equipa que posso ser uma mais-valia. Para isso é importante ter várias provas no calendário onde estarei ao lado do Alberto (Contador), também para que os directores percebam de que forma poderei ajudá-lo. Esta situação é perfeitamente normal porque sou novo na equipa e eles querem ver como me adapto, mas uma eventual presença numa grande Volta depende do que farei ao longo do ano”.
2011 foi um ano de altos e baixos para Bruno Pires. Se por um lado significou o salto para o estrangeiro e para um nível superior da modalidade, houve também lugar a momentos menos bons, com o acidente fatal de Wouter Weylandt durante o Giro a deixar marcas profundas.
Vira-se a página e continua a diáspora lusitana. Depois do Natal em família no Alentejo, Bruno Pires irá regressar à Póvoa do Varzim, cidade que escolheu para viver e treinar, onde de resto é vizinho de Rui Costa. Muito da nova época vai decidir-se nesta espécie de capital não-oficial do ciclismo português, veremos se com resultados ainda melhores do que até agora.
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