Raras são as vezes em que no mundo do ciclismo um português se assume como a principal figura de uma equipe internacional. Esse cenário está prestes a mudar, já que depois de passar pela Footon-Servetto e RadioShack, Manuel Cardoso é o nome mais sonante na renovada Caja Rural.
A equipe sedeada em Navarra aposta forte nas qualidades explosivas do pacence, que tem feito uma pré-temporada tranquila: “A preparação está a decorrer muito bem, tenho tido boas sensações e passado ao lado dos problemas físicos. A adaptação aos novos companheiros tem sido fácil, conhecemo-nos quase todos e o ambiente é bastante familiar. Existe uma grande vontade da nossa parte em fazer tudo bem”.
VOLTAR AO HÁBITO DA VITÓRIA
Dois anos no WorldTour e dois triunfos importantes (2010 na Volta à Austrália; 2011 na Volta à Catalunha). Manuel Cardoso quer agora aumentar a cadência de vitórias e “atingir o nível de outros anos, sobretudo da temporada que passei na Footon-Servetto. Ao ser a aposta da equipe para o sprint é uma vantagem, porque poderei estar mais vezes na luta pelos primeiros lugares, coisa que nem sempre acontecia no passado”.
Para afinar o ritmo a equipe realizou dois estágios em Fuerteventura, nas Ilhas Canárias, onde voltará após a pausa natalícia entre os dias 9 e 24 de Janeiro.
O arranque oficial da temporada será assinalado no Challenger de Maiorca e maioritariamente corridas do calendário interno. Vencer em Espanha é prioritário para a Caja Rural, já que o patrocinador assim o exige, e por isso Manuel Cardoso falhará a Volta ao Algarve por opção técnica. “Tenho previsto fazer a Volta à Andaluzia, Clássica de Almeria, Volta a Múrcia, algumas Clássicas na Holanda, Volta à Catalunha e Clássica Miguel Indurain. Ainda não sei se depois farei a Volta a Castela e Leão ou algumas provas de um dia em França”, adianta o ciclista.
“TOP 10 EM LONDRES É O OBJECTIVO”
Com planeamento traçado até final de Março/início de Abril, Manuel Cardoso quer depois concentrar-se em preparar os Jogos Olímpicos de Londres.
O 16º lugar alcançado nos Mundiais de Copenhaga serve de motivação para o sprinter, que quer aproveitar “uma oportunidade quase única para os velocistas”. O percurso parece feito à medida de Mark Cavendish, “que é o favorito número um. Ganhou a prova de teste no percurso onde se vai correr a prova de estrada em Londres, é o campeão do mundo, vai correr em casa e tem os Jogos como principal objectivo da temporada. Mas o ciclismo não é matemática, é preciso ponderar as circunstâncias da corrida e há gente que pode batê-lo como o Farrar, Hushovd, Goss, entre outros”.
E quando questionado sobre a fórmula de sucesso para as Olimpíadas, Cardoso tem a resposta na ponta da língua: “Vou estar a fazer a preparação para a Vuelta e aproveitando o momento podem surgir coisas boas nos Jogos. As duas provas são compatíveis. Já não chega ir só para participar, queremos fazer um bom resultado. Ciclistas como o Acácio da Silva e o José Azevedo ajudaram a mudar a mentalidade, além disso a medalha do Sérgio Paulinho em Atenas provou que podemos ganhar e esta nova geração é ambiciosa”.
2012 será um ano longo para o ciclismo e há bons motivos para acreditar que Portugal pode voltar a estar em destaque.
0 Response to "Manuel Cardoso: “Quero o top 10 nas Olimpíadas”"
Postar um comentário