- O mais importante é sempre estar acompanhado de alguém ao fazer uma trilha, mesmo que a pessoa já a conheça - alerta Armando Barcellos, empresário e triatleta.
Mesmo um lugar tão próximo como o Parque da Cidade pode apresentar riscos para quem não está acostumado a fazer trilhas.
- Acidentes acontecem. E algumas trilhas, como a da Rampa Nova, oferecem riscos mesmo para quem já é profissional. Claro que o parque tem trilhas mais tranquilas, como a Rampa Velha e a Estrada do Ceará, mas é sempre bom tomar cuidado - recomenda Barcellos.
Orientação profissional
Aos que desejam pedalar, o esportista avalia que com um investimento de mil reais a R$ 2 mil se pode comprar uma bicicleta preparada para encarar diferentes terrenos. Fábio Celos Oliveira, da Assessoria Esportiva Tri-Training, acrescenta a importância de se fazer as trilhas bem equipado. É essencial o uso de capacete, luvas e uma boa bermuda. Óculos de proteção também são recomendados para evitar que insetos e poeira machuquem os olhos.
Cuidar da bicicleta faz parte do programa. Para quem está sempre nas trilhas, fazer manutenção do equipamento a cada duas semanas é quase uma obrigação. Mesmo quem não busca a natureza com tanta frequência para pedalar precisa se precaver. Levar um kit com câmara de ar, espátula, remendos e bomba de ar pode ser a salvação numa situação de emergência.
- A última coisa que um ciclista pode querer é ficar preso no meio do mato com uma bicicleta quebrada, a quilômetros de distância de qualquer lugar. Com um kit, ao menos dá para trocar um pneu e sair da encrenca - garante Oliveira.
Embora não seja essencial, procurar o auxílio de um profissional da área de educação ffísica pode evitar dores de cabeça depois. Principalmente para atletas de fim de semana, pouco acostumados com as exigências que exercícios mais pesados podem requerer.
Os praticantes de trilhas defendem ainda um mínimo de educação ambiental aos iniciantes. Para manter os percursos bem conservados, todo e qualquer lixo deve ser guardado para ser descartado após o passeio nos lugares devidos.
Quatro categorias distintas se destacam na prática do mountain bike: free rider, downhill, crosscountry e enduro. Cada uma delas exige um determinado tipo de bicicleta para realizar exercícios distintos em terrenos específicos. Dessas, o downhill se destaca como uma das categorias de maior adrenalina, como os amigos Fernando de Lima e David Alessandro dos Santos podem atestar.
Praticantes do esporte há dois anos, eles apontam o Parque da Cidade como um dos melhores pontos do estado para a prática dessa modalidade, em que a velocidade ganha destaque, e as bicicletas precisam ser mais pesadas e capazes de aguentar grandes trancos. É um esporte que também exige um investimento mais pesado. Para se ter uma ideia, Lima gastou R$ 10 mil para deixar a bicicleta do jeito que queria.
- Ainda sou um atleta amador, mas já participo de competições e pratico em trilhas todo final de semana para ganhar experiência - conta o estudante.
O mecânico de bicicletas David Alessandro destaca a paixão pela velocidade que o levou a começar no downhill. No Parque da Cidade, por exemplo, ele já cronometrou uma descida por uma trilha de aproximadamente 800 metros morro abaixo em um minuto e 20 segundos. Pelo caminho, diversas oportunidades para saltos e manobras arriscadas. Do jeito que ele gosta.
- Dá mais adrenalina passar por esses percursos do que praticar no asfalto - revela.
Enquanto uns buscam altas emoções, outros encontram a tranquilidade que escapa aos centros urbanos. Para o militar Raphael do Couto Pereira, que treina para participar do Iron Man, o exercício de corrida em trilhas surge como uma opção relaxante ao ritmo pesado da maratona no asfalto.
- Faço mais como um treinamento complementar, visto que os desafios na trilha são muito diferentes dos que enfrento na estrada. Mas é muito bom para fugir do trânsito das cidades grandes, entrar em contato com a natureza e curtir um momento mais tranquilo - ensina o atleta.
0 Response to "Percursos da aventura"
Postar um comentário