O DIÁRIO SP testou na última quinta-feira pela manhã a ciclorrota da Lapa, na Zona Oeste de São Paulo, entregue pela Prefeitura na semana passada. Ao contrário de ciclovias e ciclofaixas, as rotas de bicicleta pressupõem o compartilhamento de vias públicas por veículos automotores e bicicletas. Existem outras duas ciclorrotas grandes em operação na cidade. Ficam no Brooklin, Zona Sul, e Mooca, Zona Leste.
O circuito começa na Avenida Pe. Pereira de Andrade, no Alto de Pinheiros, na frente do Parque Villa-Lobos. A placa anunciando a “rota de bicicleta”, porém, foi colocada no primeiro poste, muito perto de uma árvore, que a encobre. Seria melhor no segundo poste, para alertar os motoristas.
O primeiro trecho, em subida, é arborizado e sem trânsito. Chega-se à movimentada Avenida Queiroz Filho, caminho para o Alto da Lapa. Ônibus e automóveis ocupam a Avenida Diógenes Ribeiro de Lima. Intimidam o ciclista. Tive de subir na calçada em determinado momento.
Na esquina da Diógenes com Rua Dr. José Elias não dá para saber por onde seguir. O certo é ir pela Diógenes. Após o Pelezão, o clube municipal, a rota percorre vias tranquilas e arborizadas. É a melhor parte.
Sinalização horizontal / A ciclorrota só tem praticamente sinalização vertical, ou seja, placas em postes, conhecidas por seu alto custo. Se o critério fosse a sinalização horizontal, isto é, pintura no asfalto, como nos Estados Unidos, por exemplo, os custos seriam muito inferiores e haveria mais eficiência na comunicação aos motoristas, que em parte do trajeto simplesmente desconhecem estar numa rota de bicicleta.
Cheguei à Lapa. A Rua Tito tem movimento e ônibus. Preocupa. Na Rua Manoel Jacinto do Rego, a placa vertical está encoberta por uma árvore. Na Rua Fábia, o ciclista tem a opção de seguir pela Rua Vespasiano. Segui pela Fábia. Outra placa encoberta. O condutor de veículo automotor não fica sabendo da ciclorrota.
Alcancei o bairro da Pompeia. Na Rua Coriolano, tive de dividir a via com os ônibus. O melhor a fazer é pedalar rapidinho e sair de lá. As ruas são cheias de carros. Mais um pouco e entrei em Perdizes. Impossível não andar entre os automóveis, como se a bicicleta fosse uma moto, na Rua João Ramalho. O trânsito é insuportável.
Na Rua Turiaçu, também repleta de ônibus, faltava a instalação da última placa vertical, quase na esquina da Rua Dona Germaine Burchard. O ciclista, desavisado, poderia continuar reto em vez de virar à direita para ter acesso ao Parque da Água Branca, o final da ciclorrota. Percorri o circuito de 10 quilômetros em uma hora, contando as paradas para tomar notas. Cheguei à Água Branca às 10 horas. Fiz o percurso sozinho, sem cruzar outro ciclista.
São Paulo tem 48 quilômetros de ciclorrotas. A cidade dispõe de 47,2 quilômetros de ciclovias e 45 de ciclofaixas de lazer, abertas aos domingos e feriados. Por fim, possui 3,3 quilômetros de outra experiência, a ciclofaixa de Moema, na Zona Sul.
Apesar de as ciclorrotas municipais terem caráter experimental, o prefeito Gilberto Kassab já anuncia a ampliação dos circuitos. Ele descartou o risco de acidentes nos trajetos. Segundo o prefeito, as rotas de bicicleta “têm um certo controle de segurança”. Para Kassab, “elas são identificadas e obedecem a alguns critérios”.
Na ciclorrota, 30km/h é a velocidade máxima
A informação é da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), embora placas na rota de bicicletas da Lapa apontarem o limite de 50 km/h. Além deste circuito, o do Brooklin e o da Mooca, a empresa municipal considera como ciclorrotas 6,5 quilômetros em Moema e 560 metros na região do Butantã/USP.
143,5
quilômetros para bicicletas existem na capital paulista
Ciclovias e ciclofaixas de lazer são sucesso
A CET divulgou que as principais ciclovias paulistanas, segregadas fisicamente das pistas usadas por veículos automotores, estão na Radial Leste (12 quilômetros), Marginal do Rio Pinheiros (14) e Adutora Rio Claro, em São Mateus, na Zona Leste (7 ). Já as ciclofaixas de lazer (abertas aos domingos e feriados) interligam os parques Villa-Lobos, do Povo, Ibirapuera, das Bicicletas e o futuro Parque Clube do Chuvisco, nas Zonas Sul e Oeste da cidade. Elas são um sucesso de público.
40 mil
ciclistas utilizam as ciclofaixas de lazer aos domingos
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