Lance Armstrong concordou em fazer uma entrevista franca à apresentadora Oprah Winfrey. Na conversa, o ex-ciclista americano fará referência às acusações de que usou substâncias proibidas para melhora de desempenho durante a carreira.
De acordo com um comunicado publicado no site oficial de Oprah nesta terça-feira, esta será a primeira entrevista de Armstrong desde que sua carreira entrou em discórdia sob o peso de um dossiê de mais de 1 mil páginas publicado em outubro pela Associação Antidoping dos Estados Unidos (Usada). No documento, a entidade detalha o uso de doping na ex-equipe do americano, a U.S. Postal Service, contando com o testemunho de famosos ex-companheiros de Armstrong.
Não está claro se a entrevista, realizada na casa de Armstrong em Austin, no Texas, já foi gravada. Porta-voz para a corporação Oprah Winfrey Network & Harpo Studios, Nicole Nichols se recusou a comentar sobre isso. A conversa vai ao ar nos Estados Unidos em 17 de janeiro de 2013.
Armstrong sempre negou o uso de substâncias proibidas, em acusações que o levaram a perder todos os sete títulos da Volta da França. Na última sexta-feira, porém, o jornal americano The New York Times publicou que ele havia afirmado a alguns sócios que considerava a hipótese de admitir a utilização de doping.
O diário citou fontes anônimas para a publicação. Advogado de Armstrong, Tim Herman afirmou no mesmo dia que não tinha nenhum conhecimento sobre uma possível confissão do cliente.
Na última terça-feira, o programa americano 60 Minutes Sports noticiou que o chefe da Usada afirmou que um representante de Armstrong ofreceu à agência uma “doação” de mais de US$ 150 mil (R$ 306 mil) vários anos antes da investigação do órgão que liderou à perda do heptacampeonato da Volta da França do ex-atleta.
Em uma entrevista que vai ao ar na noite desta quarta-feira no canal Showtime, o chefe-executivo da Usada, Travis Tygart, definiu-se “chocado” no momento em que recebeu a oferta, em 2004. “Foi um claro conflito de interesse para a Usada. Não tivemos nenhuma hesitação para rejeitar a proposta”.
Advogado de Armstrong, Herman nega a existência da oferta. “Nenhuma verdade nesta história”, escreveu ele nesta terça-feira, em um e-mail à AP. “A primeira vez em que Lance ouviu sobre isso foi hoje. Ele nunca fez uma contribuição ou sugestão desse tipo”.
Em viagem, Tygart não respondeu os pedidos para fazer um comentário. Porta-voz da Usada, Annie Skinner disse que a entrevista de Tygart ao programa foi precisa. Assim, ele reforça o que já havia dito no último outono: que foi surpreso quando investigações federais abruptamente encerraram seus dois anos de investigação sobre Armstrong e seus acordos de negócios e depois se recusaram a dividir qualquer evidência que haviam coletado.
“Você terá de perguntar aos federais por que eles pararam”, afirmou Tygart, na ocasião. “Eles fazem cumprir as leis federais criminais. Nós fazemos cumprir as violações antidoping. Eles são totalmente separados. Nós fizemos o nosso trabalho”.
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