
O relatório da Agência Americana Antidoping (Usada), que mostra o doping sistemático e organizado na equipe de Armstrong durante boa parte de sua carreira, foi demolidor. Derrubou o mito texano e mandou pelos ares a história do ciclismo recente. Armstrong foi banido do esporte e teve anulado todos os seus resultados desde 1998, o que representou a perda do título das sete edições do Tour vencidas por ele.
A punição foi anunciada primeiramente pela agência americana, em agosto, quando Armstrong se disse cansado e que desistia a partir daquele momento de se defender das acusações. Em outubro, a perda dos títulos e o banimento foram ratificados pela União Ciclística Internacional (UCI).
O Tour de France pôs então sua credibilidade nas mãos do Movimento por um Ciclismo Confiável (MPCC), que tenta estabelecer as normas éticas e de conduta das equipes
Além disso, especialistas em doping, como o diretor-executivo da Usada, Travis Tygart; ex-ciclistas e jornalistas farão parte do grupo "Change Cycling Now" ("Mude o ciclismo agora", em livre tradução), que tentará mudar o rumo do ciclismo mundial.
Essa linha foi apoiada pela Associação de Ciclistas Profissionais (ACP) e pela própria UCI, criando uma Comissão independente para estudar o caso Armstrong.
O escândalo de repercussão mundial ofuscou a grande temporada do britânico Bradley Wiggins, um "roqueiro" nascido em Gent, na Bélgica - mas que foi levado para Londres aos dois anos pela mãe -, e que admitiu ter tido problemas com o álcool quando era jovem.
Wiggins, de 32 anos, já tinha obtido grandes resultados na carreira antes deste ano, como seis medalhas olímpicas e o título do Giro d'Italia de 2010. Mas a grande temporada de sua carreira foi a deste ano, quando ele se tornou o primeiro britânico a vencer o Tour de France e ainda subiu ao lugar mais alto do pódio em casa na prova de contrarrelógio dos Jogos.
A modalidade foi a que mais deu medalhas para a delegação da Grã-Bretanha em Londres. A bandeira do país foi hasteada 12 vezes em competições de ciclismo, oito delas no espaço reservado para os campeões.
Quanto ao Tour, não foi uma edição que entrou para a história pela emoção nem pelo brilho, mas Wiggins impôs sua superioridade contra o relógio e resistiu ao avanço dos concorrentes na montanha. Isso com a importante colaboração - ou quase submissão - de seu companheiro de equipe na Sky e compatriota Chris Froome.
No Giro D'Itália, a vitória foi do canadense Ryder Hesjedal, que superou o espanhol Joaquim Rodríguez na última etapa. 'Purito', como o catalão é conhecido, também foi superado perto do fim da Volta da Espanha, vencida por seu compatriota Alberto Contador.
Na competição em seu país natal, Contador, bicampeão do Tour de France, voltou a competir após uma suspensão de dois anos por doping que inclusive o tirou dos Jogos Olímpicos de Londres.
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