O beijo da vitória, merecido para Tornado Tom.
Se duvidas haviam, ainda, sobre a “ressurreição” de Tom, estas foram dissecadas, ficando apenas no ar, a angustia de não podermos assistir ao duelo que todos ansiávamos.
Quis o destino que Cancellara não chegasse ao fim, por culpa de uma garrafa, com o qual a sua roda da frente resvalou, não evitando uma queda feia, com fratura de clavícula em três partes e, o que é mais grave, passar 2012 em branco, pelo menos no que a clássicas diz respeito.
O ciclismo tem destas coisas, estraga, por vezes o espetáculo, que se esperava empolgante, num cenário novo, a que só faltou a chuva para que o palco fosse semelhante à maioria das edições da prova, este ano na sua 96ª edição.
A oito dias do Paris-Roubaix, Tom tem uma semana para recuperar e alcançar Roger de Vlaeminck, no record da maior clássica do mundo.
Foram milhares, talvez uma grande parte da Bélgica que assistiu ao vivo e a outra metade pela televisão, as peripécias da corrida e vibrou com o regresso do ídolo querido, esquecido que está, pelo menos por enquanto, Philippe Gilbert.
Era palpitante este Tour de Flandres, primeiro pelo duelo que ficou adiado, depois pela alteração do percurso, com a eliminação do Mur de Grammont, e o enconto das três passagens do Vieux Quaremont e do Paterberg, num circuito que empolgou o público e favoreceu o espetáculo.
O ciclismo, neste aspeto, moderniza-se, lutando contra os “velhos do restelo”, refastelados nos cadeirões do poder…
Como manda a tradição, uma fuga matinal, reunindo nomes pouco conhecidos, a maior parte deles com destino traçado : refugiar-se no hotel o mais cedo possível, para daí assistirem á chegada pela televisão
Anders Lund (Saxo Bank), Gert Dockx (Lotto-Belisol), Manuel Belletti (AG2R-La Mondiale), Peio Bilbao (Euskaltel-Euskadi), David Boucher (FDJ-BigMat), Vladimir Isaïchev (Katusha), Massimo Graziato (Lampre-ISD), Pablo Lastras (Movistar), Maarten Tjallingii (Rabobank), Tyler Farrar (Garmin-Barracuda), Sven Vandousselaere (Topsport Vlaanderen-Mercator), Baptiste Planckaert (Landbouwkrediet), Tom Veelers (Argos-Shimano), Andreas Schillinger et Daniel Schorn (NetApp) que entraram nas primeiras pequenas montanhas com cinco minutos de avanço, que as tropas de Tom Boonen se encarregavam de anular lentamente.
Quedas, avarias e furos multiplicavam-se e a primeira vitima era de respeito : Cancellara, que no Molenberg pôs o pé em terra reintegrando o pelotão um pouco mais à frente. O aviso tinha sido dado e, eis que a 62 kms para o final , numa zona de abastecimento, Fabian Cancellara cai, fica imóvel e pensou-se o pior.
Foi o Tour de Flandres, mas mais grave foi também, por arrasto o Paris-Roubaix. Cancellara fraturara a clavícula direita em três partes.
A queda e abandono do suíço provocou um momento de indecisão no pelotão, mas a 48 km do final, Gilbert atacou levando consigo Leukemans, Voeckler, Larsson, Popovych e Gatto. Grupo que se juntou rapidamente aos ciclistas que ainda estavam isolados, desde manhãzinha cedo. Foi sol de pouca dura, a Omega Pharma – Quick.Step anularia a intenção de todos.
Quando um já pequeno grupo se preparava para entrar no Patterberg , Johan Van Summeren vai de encontro com as barreiras e divide um grupo e ciclistas, na frente ficam uma dezena , entre eles Boonen, Pozzato e Ballan e o duo Chavanel / Terpstra companheiros de Tom.
A equipe da Sky anulou esta escapada, e um pelotão de 60 ciclistas abordou a ultima ascensão do Vieux Quaremont, onde Ballan lançou um ataque só acompanhado por Pozzato e Boonen. Boonen teve de cerrar os dentes no Patterberg. Atrás, Paolini e Sagan tentaram a junção, impossível contra o trio da frente.
Boonen a caminho da meta.
Ballan lançou o sprint de longe, sendo ultrapassado por Boonen que resistiu a Pozzato. 38 segundos depois chegavam Van Avermaet e Sagan.
A Ronde tinha chegado ao fim, com um sabor algo acre .Com 31 anos, “ Tornado “Tom converteu-se no rei das Flandres.
Hincapie, por seu turno, tornou-se o recordista de presenças na prova: 17, e o ultimo ciclista chegaria a Audenaard com apenas 15 minutos de atraso.
Quadro de honra:
1. Tom Boonen (BEL/Omega Pharma), les 255 km en 6 h 04:33.
2. Filippo Pozzato (ITA/FAR) m.t.
3. Alessandro Ballan (ITA/BMC) m.t.
4. Greg Van Avermaet (BEL/BMC) à 38.
5. Peter Sagan (SVK/LIQ) 38.
6. Niki Terpstra (NED/OPQ) 38.
7. Luca Paolini (ITA/KAT) 38.
8. Thomas Voeckler (FRA/EUC) 38.
9. Matti Breschel (DEN/RAB) 38.
10. Sylvain Chavanel (FRA/OPQ) 38.
Cancellara : adeus clássicas
A época das clássicas terminou para Cancellara, e numa primeira estimativa calcula-se uma paragem de 4 a 6 semanas.
Tripla fratura da clavícula direita, anunciava o site da equipe. Assistido em Audennard, no hospital local, foi transferido de imediato para Bâle( Suíça) para aí ser operado. O holandês Sébastian Langeveld também fratutou uma clavícula.
“ A queda foi mesmo à minha frente e estive quase também a cair. Havia garrafas na estrada e fez um vôo planado impressionante. Azar”,disse Chavanel no final.
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Cavendish, já na Gent Wevelgen foi alvo de uma situação idêntica, quando caiu por causa de uma garrafa, o que poderá agudizar a problemática deste tipo de manobra usada pelos ciclistas em plena prova, que se desenvasilham dos seus garrafas de qualquer maneira , causando, por vezes, problemas aos seus colegas de pelotão, ao público e causando, em alguns casos problemas de poluição, caso em que a UCI se tem visto com problemas nalguns países.
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