O ciclista chega em Mato Grosso vindo de Belém (PA), cruzando a rodovia Santarém Cuiabá. Da Silva entrou no Estado de Mato Grosso pela cidade de Guarantã do Norte no mês de novembro. Hoje dia 25 de fevereiro, ele se encontra no Distrito da Guia. Na terça feira, dia 27, por volta das 10 horas da manhã, ele chega em Cuiabá, capital do Mato Grosso, vindo pela Rodovia Guia Cuiabá.
Vinicius já rodou cerca de 20 mil km. Em média o desportista a roda cerca de 70 km por dia. De Cuiabá, ele segue para o Distrito Federal, onde o mesmo quer ser recebido pela Presidente Dilma Roussef. A grande meta é chegar aos EUA. Ele já fez isso em mais de 2 mil municípios de 18 Estados, mas diz ter consciência de que a viagem dele "ainda está no começo". Natural do Estado do Amapá, Vinícius tinha 22 anos quando saiu pelo mundo. "Eu saí fugindo de mim mesmo, fugindo da solidão que torturava minha alma".
Essa solidão ele carrega desde menino, quando em 1999 perdeu toda a família em um naufrágio de barco próximo a Manaus, no Amazonas. "Eu cantava em uma banda de forró em Manaus e minha família ia assistir ao show quando o barco naufragou", conta.
Sozinho no mundo, ele foi vendedor de tucumã (palmeira nativa do Amazonas que produz um fruto muito apreciado pela população local) nas balsas, fez vários pequenos serviços e depois voltou a cantar e dançar na Banda Rabo de Vaca, remanescente da Banda Carrapicho, que já fez sucessos como "Vermelho", "Festa do Boi Bumbá" e "Canto Envolvente".
"Mas eu não suportava a solidão, a saudade da família, uma angústia muito grande, daí resolvi sair pelo mundo de bicicleta", destaca. Ao decidir pedalar em busca de um recorde, o ciclista colocou na bagagem um colchão, uma barraca, ferramentas e poucas roupas. Dinheiro, nenhum, nem patrocinador. Em cada cidade pede ajuda somente para viver "hoje", pois "amanhã" estará em outro lugar. "Já até perdi a noção de dinheiro", explica.
Na viagem, está na terceira bicicleta. A primeira foi roubada em Bacabal, no Maranhão, e teve que percorrer cerca de 500 quilômetros a pé até Teresina. A segunda foi roubada em Patos de Minas, Minas Gerais.
Apesar de viver no mundo e de pensar em parar só depois dos quarenta anos, o amapaense sonha em constituir uma família, ter um bom trabalho em um local fixo e parar de fugir. Mas, primeiro quer ver o nome dele estampado no Livro dos Recordes com 40 mil quilômetros pedalados.
Fonte: Semana 7
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