O problema do ciclismo é que a perseguição se inicia, naqueles que o deveriam defender, ou melhor dizendo, resguardar, tal como fazem quase todas as modalidades.
Diríamos que a perseguição aos ciclistas é de tal ordem, que se pode considerar uma clara situação de discriminação, contra um grupo de pessoas que, indefesa, resiste a todo o tipo de afrontas à dignidade humana.
As penas aplicadas pelos diversos organismos são diferentes. Vejamos o caso Contador. A mesma entidade, o TAS a pedido da AMA aplicou um ano de suspensão à nadadora americana Jessica Hardy por dar positivo com clembuterol nas triagens Olímpicas para os Jogos de Pequím 2008. A causa da aparição involuntária ficou-se a dever a uma ingestão multivitamínica. Este é um exemplo, o mais parecido com o caso Contador, que foi penalizado com dois anos, ao fim de quase 600 dias de estudo, ou melhor de desleixo propositado, para o descrédito da modalidade.
O responsável máxima da AMA afirma à boca cheia que, finalmente foi feita justiça. Mas que justiça, se o próprio TAS reconheceu não ter havido uma atitude voluntária do ciclista no aparecimento do clenbuterol na sua urina. Que credibilidade merece um individuo deste jaez ?
Em Portugal, um ciclista foi castigado por três anos de suspensão. Confessou, mostrou-se arrependido e, ironia das ironias foi castigado por três anos, atendendo ao fato de ser um jovem. Mas o que pode fazer um desportista ao fim de três anos sem competitividade ?
Qual o atleta que foi penalizado com três anos? Noutra modalidade, aquela que o seu presidente defende os seus atletas até ao fim. Aquela em que um dos responsáveis pelo controle deste país praticou, uma atleta foi castigada com seis meses.
Que consideração merece este grupo de pessoas, que trata os ciclistas como bandidos, que em colóquios referencia os ciclistas sempre pela negativa ?
A discriminação existe e é mau, num desporto em que o nível dos seus técnicos se permite ao luxo de querer efetuar um controle dito surpresa, no dia do funeral do filho de um ciclista ? Que formação moral têm estes técnicos?
Que formação moral têm técnicos que se permitem propor a realização de testes inopinados de madrugada a ciclistas em competição, não respeitando o direito ao repouso, principio fundamental da sua recuperação para o dia seguinte? E os outros, os das outras modalidades?
A credibilidade ganha-se, mas perde-se nos corredores inúteis, onde se procuram financiamentos ilícitos à custa de castigos pecuniários, que permitem a uma série de dirigentes passear pelo mundo, à custa dos ciclistas.
A UCI perdeu-se no meio do doping, perdeu credibilidade. Perseguiu inutilmente muitos ciclistas. Conduzindo muitos deles à depressão e ao suicídio.
Agora, começamos a compreender porquê. Qual foi o lucro de castigar o grande ciclista alemão Ulrich, passados não sei quantos anos do final da sua carreira, em dois anos de suspensão ? Isto para não falar na patética pena de 15 anos aplicada a Pedro Lopes.
O ciclismo perdeu o rumo. O que nos vale é que Contador voltará e, tal como disse Merckx para vencer a Vuelta com um dia de avanço.
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