Mesmo sem a definição prévia de um roteiro, agentes participaram do planejamento de trânsito
O último passeio de 2011 promovido pelo Coletivo Massa Crítica, em Porto Alegre, foi marcado pela retomada das ações de planejamento viário da Empresa Pública de Transportes (EPTC) durante os tradicionais passeios de bicicleta. Hoje (30), assim como em todas as últimas sextas-feiras de cada mês, o Grupo realizou uma concentração no Largo Zumbi dos Palmares para definir o itinerário a ser seguido.
O roteiro é o principal ponto de discórdia entre os agentes de trânsito da Capital e os ciclistas. O assunto chegou a pautar uma reunião no Ministério Público (MP) Estadual, nesta quinta-feira (29), que acabou sem uma definição. Se por um lado os guardas de trânsito teriam o trabalho facilitado, por outro o grupo precisaria acabar com a escolha democrática que antecede os eventos.
Enquanto o MP estuda a realização de um inquérito para investigar as possíveis infrações cometidas pelo Massa Crítica - na medida em que o Código de Trânsito prevê que todo evento que influencie de maneira direta a circulação de veículos deve ser comunicado às autoridades competentes -, ciclistas e agentes de trânsito buscavam um entendimento.
Depois de uma breve votação, liderada pelo presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro e adepto da prática, João Carneiro, o Grupo optou por um trajeto indefinido que começaria na Rua José do Patrocínio. Presente no local, o diretor Trânsito da EPTC, Carlos Pires utilizou o rádio para pedir reforços na fiscalização dos cruzamentos das Avenidas Venâncio Aires com a João Pessoa e com a Osvaldo Aranha, nas proximidades do HPS.
Uma das integrantes do Massa Crítica, a jornalista Lívia Araújo, explica que a definição dos roteiros é uma das tradições do Coletivo e qualquer integrante pode sugerir um trajeto que deve ser acatado em votação.
"A ideia é conduzir o processo da maneira mais aberta possível. Os roteiros só podem ser definidos na hora. Qualquer pessoa pode participar e opinar. Por isso, somos apenas uma reunião de ciclistas, sem lideranças e representantes", comenta.
Polêmicas a parte, com quórum reduzido, formado por cerca de 300 ciclistas, o Massa Crítica circulou pelas ruas e Avenidas de Porto Alegre, distribuiu flores e panfletos aos motoristas. Entre as reivindicações dos folhetins, estão o cumprimento de procedimentos já considerados infrações pelo Código Brasileiro de Trânsito, nos artigos 201, 220 e 196, por exemplo.Todos os itens versam sobre condutas simples como observar a distância de 1,5 metros ao ultrapassar uma bicicleta, ou estacionar o veículo em ciclovias.
Além disso, o texto sugere que o dia 25 de fevereiro - data em que neste ano o bancário Ricardo Neis, de 47 anos, atropelou dezenas de ciclistas, no Bairro Cidade Baixa em Porto Alegre e feriu ao menos oito deles - seja oficializado como o "Dia Municipal do Ciclismo".
O presidente da CRL e ciclista, João Carneiro (c) debateu o roteiro com a jornalista Lívia Araújo e o diretor de trânsito da EPTC, Carlos Pires
Cerca de 300 ciclistas participaram do último encontro do Coletivo Massa Crítica em 2011
Ciclistas entregaram panfletos e flores aos motoristas durante todo o percurso
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