
O Tour ainda está longe do horizonte dos adeptos do ciclismo, mas a “guerra” de bastidores há muito que já começou.
Bjarne Riis tem aproveitado a pré-temporada para também ele aquecer a rivalidade com a RadioShack de Johan Bruyneel. O dinamarquês partiu para o ataque e afirmou ao jornal Ekstra Bladet que Andy Schleck pode nunca ganhar o Tour: “O Andy tem o que é preciso. No entanto, também possui a fraqueza de quem não tem a vontade de ir até ao fim. Talvez porque tudo lhe é facilitado”.
Sem papas na língua, o homem que trabalhou durante seis anos com os irmãos Schleck explicou ao diário dinamarquês que Andy “pode nunca atingir o grande objectivo que tem de vencer o Tour porque não é sério o suficiente, mas ainda é jovem e com a idade vai amadurecer. O problema dele é apenas quando compete no mesmo período do Alberto Contador – e ele acha que não pode bater o Alberto”.
CONTADOR COMO MERCKX E HINAULT
Para o coordenador do projecto Saxo Bank “o Alberto é a combinação perfeita em todos os aspectos: tem talento, tem uma presença física única em cima da bicicleta, uma concentração sem paralelo e uma ética de trabalho inigualável”.
Com um ciclista tão categorizado entre mãos, Riis nem hesitou no que toca a comparar El Pistolero com outros nomes grandes da história do ciclismo: “Nunca vi um ciclista com o talento do Contador. Nunca! Temos que recuar até ao Eddy Merckx provavelmente, talvez ao Bernard Hinault, para encontrar algo similar”.
Convidado a estabelecer um ranking dos melhores chefes de fila que orientou, a escolha de Bjarne Riis é, sem surpresa, Alberto Contador. Mais interessante é a escolha para a segunda posição da hierarquia, onde Riis colocou Ivan Basso acima de Andy Schleck: “O Ivan é um talento óbvio, o que tinha o maior potencial. A seriedade é o seu principal talento. Antes do Alberto nunca tinha conhecido ninguém tão estruturado, sério e profissional como o Ivan. Treinava tantato que ia quase ao extremo. Por vezes tentei contê-lo um pouco porque era demasiado”.
À falta de ritmo competitivo dos ciclistas, por agora são os directores-desportivos que parecem já estar em grande forma. Resta saber como vai reagir Johan Bruyneel em defesa de Andy Schleck, que sai tocado destas declarações de Bjarne Riis.
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