Thiago, Adelson, Rodney, Nilton e Marcelo: atividades diárias atingem o ápice no fim de semana, com treino de 300km
Cinco ciclistas brasilienses estão às vésperas de uma experiência desafiadora: viajar de bicicleta da capital federal até a Patagônia. Serão 4.900km percorridos ao longo de dois meses. Uma média de 150km e oito horas de pedal por dia. No trajeto, cinco estados brasileiros, passagem pelo Uruguai até chegar ao destino em território argentino. A saída está programada para 2 de janeiro.
Mais que a realização de um sonho, a viagem tem um propósito. Ao longo do caminho, os aventureiros candangos irão divulgar e tentar recolher doações para a Associação de Apoio à Criança com Câncer (AACC), com sede em São Paulo. Qualquer pessoa pode contribuir por meio do site www.aacc.org.br.
A ideia surgiu após o web designer Thiago Vasconcelos, 28 anos, e o técnico em pintura resindecial Nilton Silva, 25, terem pedalado até Florianópolis, no início deste ano. Quando voltaram, já tinham o novo destino definido. Juntaram-se ao projeto o comerciário Adelson Carvalho, 28, o músico Roney Cardoso, 32, e o educador físico Marcello Almeida, 32. Todos são atletas e fazem treinos diários de cerca de 150km. Uma vez por semana, realizam uma atividade mais intensa, com cerca de 300km percorridos em cima da bicicleta.
A cada cinco dias de pedal, eles terão um dia de descanso. Além do condicionamento físico, o preparo psicológico é fundamental para a empreitada. Apesar de terem se conhecido por meio do ciclismo e serem amigos há muito tempo, os ciclistas brasilienses terão de enfrentar os problemas da convivência diária, o cansaço, condições adversas, frio, chuva e o trânsito das estradas. Para se adaptarem à rotina em grupo, eles fizeram duas viagens para a Chapada dos Veadeiros.
“O ciclismo nos uniu. Sabemos como é a personalidade de cada um e isso facilita muito. A amizade e a união irão superar qualquer desafio”, afirmou Vasconcelos. Outra dificuldade a ser superada é a distância da família. Esposas, filhos, namoradas, pai e mãe estão preocupados. “É difícil deixá-los para trás, a saudade vai apertar e a preocupação também. Mas o nosso sonho é concluir essa aventura e eles nos apoiam”, disse Carvalho.
A menos de um mês da partida, a ansiedade é inevitável, mas o grupo tenta se controlar. “É difícil, mas temos de manter os treinos, a alimentação adequada e o sono. Tem hora certa para tudo, para comer, dormir e tudo mais”, explicou Vasconcelos.
Estratégias de sobrevivência
A cada cidade, os ciclistas terão de procurar hospedagem e não dispensam a ajuda dos moradores. Muitas vezes, os habitantes locais oferecem abrigo e alimentaçao aos viajantes. A previsão é de que o custo da viagem seja de R$ 3.726 por atleta. Os ciclistas têm patrocínio, mas ainda não garantiram as passagens aéreas de volta.
Cada um dos atletas deve carregar uma bagagem com cerca de 15kg. Na mala, suplemento alimentar, casaco, uma troca de roupa e equipamentos para pequenos consertos na bicicleta. A cada parada, os ciclistas terão de lavar as vestimentas para usarem no dia seguinte.
Eles estabeleceram uma estratégia para enfrentar o clima da Patagônia: enviarão pelos Correios uma mala com roupas de frio para Santa Catarina. No estado sulista, trocam de bagagem e seguem viagem. A época também foi escolhida de propósito. É verão na Patagônia e as temperaturas, que podem chegar a –1,5ºC, giram em torno dos 11ºC.
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