
As jovens ciclistas de São Paulo, Nayara Gomes e Patrícia Camargo, conquistaram na manhã deste sábado, dia 3, a primeira medalha de ouro das Olimpíadas Escolares 2011, para atletas de 15 a 17 anos, em Curitiba (PR). Elas venceram a prova do revezamento, com percurso de 1.950m, montado na Avenida Nossa Senhora da Luz, em 3min06s15, pouco mais de um segundo de vantagem para as paranaenses Gabriela Gomes e Mariane Batista, que ficaram com a medalha de prata, com 3min07s27. A equipe potiguar, formada por Alice Tamarys e Raiza Garcia completou o pódio, com 3min13s72.
Atletas do 1º Centro de Excelência de ciclismo do Estado de São Paulo, Nayara e Patrícia fazem parte de um grupo que conta com cem ciclistas de pista e estrada e 20 de BMX. Por enquanto, o projeto contempla apenas atletas do estado, 15 (cinco meninas e dez meninos) deles moradores de cidades distantes de Americana (SP), e que moram no alojamento do projeto social.
É o caso, por exemplo, de Nayara, que tem 17 anos e mora em Araçatuba, a cerca de 450 km do Centro de Excelência. Ela treina há apenas dois anos, com bicicletas doadas, e apesar da saudade da família, que só consegue ver nos fins de semana, o sonho de ser uma atleta profissional, fala mais alto. “O ciclismo é uma paixão, tudo o que eu mais quero na vida. Eu e a Patrícia treinamos juntas apenas uma vez para a prova de revezamento e deu certo”, disse a jovem estudante da Escola Estadual Jorge Correa.
Já Patrícia, da Escola Estadual Cesarino Borba, pratica o esporte há quatro anos e meio, mas conseguiu comprar sua primeira bicicleta em julho desse ano. “Eu também treinava e competia com bicicletas doadas, agora tenho a minha”, disse a jovem de 15 anos, orgulhosa com o resultado. “A chuva atrapalhou um pouco, mas fizemos uma ótima prova e o tempo diz tudo. Fiquei impressionada com o nosso resultado”, considerou a moradora da pequena cidade de Iracemápolis (SP), situada a 40 km de Americana (SP).
As duas estavam acompanhadas do técnico Renato Buck, de 54 anos, 38 dedicados ao ciclismo. Segundo ele, o projeto social tem tudo para revelar expoentes do esporte brasileiro. “É um orgulho muito grande trabalhar com essas crianças. No projeto eu sou um pouco de tudo, técnico, pai – considero todos como a minha família – e mecânico”, disse Buck, pai do atleta Jamerson Buck, de 19 anos, e de duas meninas, que não são atletas, mas se casaram com ciclistas.
O Embaixador das Olimpíadas Escolares 2011 no ciclismo, Hernandes Quadri Júnior, medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos de Mar Del Plata 1995 e 23 vezes campeão brasileiro, acompanhou toda a movimentação e distribuiu as medalhas aos atletas no pódio. Logo após a prova ele disse que ficou impressionado com o nível da competição.
“Essa garotada está no caminho certo. As duplas andam certinho, um acompanhando o outro, tanto que não tivemos nenhuma desclassificação. Acho que o ciclismo brasileiro vai evoluir muito com esse investimento nas escolas. Aqui em Curitiba, por exemplo, temos 350 instituições, imagine um campeonato escolar com cem escolas envolvidas, quantos atletas não iríamos garimpar?”, indagou.
A prova de revezamento das Olimpíadas Escolares 2011 foi montada num circuito de 1.950m com quatro revezamentos obrigatórios. As passagens obrigatórias eram demarcadas por cones e supervisionadas por um comissário da Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC). As equipes podem fazer mais revezamentos durante o percurso, mas não menos que quatro. O tempo é registrado, quando o segundo atleta cruza a linha de chegada.
As Olimpíadas Escolares são organizadas e realizadas pelo Comitê Olímpico Brasileiro, correalizadas pelo Ministério do Esporte, com a direção técnica das Confederações Brasileiras Dirigentes de Esportes Olímpicos e apoio da Prefeitura Municipal de Curitiba e Governo do Estado do Paraná.
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