Na ânsia de obter os pontos que permitam a manutenção das suas equipes no pelotão do World Tour, algumas equipes recrutam ciclistas indiscriminadamente, de forma a obterem os pontos necessários que lhes permitam um lugar ao sol, isto é, que as portas das grandes provas mundiais se abram a elas.
A equipe francesa AG2R acaba de contratar três ciclistas, cujos nomes não são de grande importância, oriundos do continente asiático, e cujo valor para integrar a elite do ciclismo mundial é , de alguma forma duvidosa.
Isto quer dizer que muitos ciclistas de valor poderão ser preteridos, por outros de menor valor mas com maior numero de pontos, o que coloca em cheque, todos os ciclistas que, trabalhando incessantemente para os seus líderes se vêem como é lógico desprovidos de pontos,o que os relega para uma segunda escolha , em termos de contrato e vencimentos.
É bem verdade que o ciclismo necessita de uma pontuação, de forma a que as melhoires equipes sejam agrupadas numa chamada 1ª divisão, mas a forma como este ranking mundial é efetuado, deixa algumas duvidas quanto ao seu valor desportivo.
Um verdadeiro campeonato World Tour deveria ser baseado apenas num conjunto limitado de provas pertencentes a esse mesmo calendário, com a participação dessas equipes e uma classificação baseada num circuito devidamente referenciado.
Para as equipes de segunda divisão idem aspas deveria ser constituído um calendário de provas em que estas participariam e as melhores veriam assegurada a subida direta ao escalão principal, enquanto as piores da 1ª divisão baixariam inevitavelmente à segunda divisão.
E a terceira divisão? A lógica apontaria para o mesmo esquema, com uma série de provas divididas por zonas geográficas, escolhendo-se as melhores competições para este escalão, em que uma prova, no mínimo de 16 dias deveria ser permitido, para apuramento das equipes que estariam numa final que agrupasse as melhores de cada zona para disputarem uma fase final de quatro competições com apuramento das melhores, para uma subida de escalão.
Desta forma os pontos dos ciclistas não seriam importantes, mas sim os pontos de cada equipe, o que tornaria o ciclismo mais desportivo e menos comercial.
Esta ideia foi apresentada há já alguns anos à UCI, mas não foi aprovada na essência, e desvirtuada dos seus princípios, dando asas apenas ao escalonamento das equipes por divisões, em bases semelhantes às atuais, isto é, em valores orçamentais e pontos dos ciclistas.
Já foi há alguns anos…que o projeto apresentado foi desvirtuado.
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