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Prefeitura de São José dos Campos e ex-técnico de ciclismo de pindamonhangaba criam a FUNVIC SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. Mudança de equipe cria um pelotão de ciclistas desempregados.
Se você é empresário, prefeito de cidade e quer montar uma equipe de ciclismo tome nota desses nomes: Cristiane Silva, Viviane Lourenço,Robson Dias, Vanderlei Gonçalves, Dief Borges, Maique Lourenço, André Souza, Joel Prado, Walter Junior, Marco Crespo, Soelito Gohr e Jadson Prudencio.
Ao todo são 19 os ciclistas que estão desempregados desde o dia em que a equipe de ciclismo da FUNVIC se transferiu de Pindamonhangaba para São José dos Campos. E o porquê dessa transferência ? A tão temida por esportistas: mudança de governo. A cada 4 anos, equipes desportivas de todo o país ficam à mercê dos humores do novo gestor, e foi mais ou menos isso o que aconteceu com as equipes de Pindamonhangaba e de São José dos Campos.
Tudo começou quando, ao assumir, o prefeito eleito de Pindamonhangaba Vito Ardito Lerário, do PSDB, anunciou como primeiras medidas o congelamento dos contratos com atletas e que o esporte deveria ser cuidado pela iniciativa privada, assim o ciclismo foi uma das primeiras modalidades a ser afetada. Com essa informação o diretor da equipe Benedito Tadeu Azevedo Junior , o Kid, saiu em busca de uma cidade que adotasse a sua equipe, porém ao invés de levar o seu projeto para cidades que não tinham equipe de ciclismo, Kid levou seu projeto a São José dos Campos que dispensou seus 19 ciclistas para contratar uma equipe de maior destaque no cenário nacional, e assim a Funvic passou a se denominar Team Cycling Funvic São José dos Campos e embarcou para a Argentina , para disputar sua primeira prova da temporada.
Os ex-ciclistas de São José dos Campos, nos primeiros dias de janeiro já haviam disputado pela cidade a Copa América, e tinham um compromisso de palavra do secretário de esportes de São José, João Bosco da Silva, que assinariam em breve o contrato para a temporada 2013. Pela imprensa, os ciclistas que estavam sob o comando de Francisco Manzo tomaram conhecimento das mudanças e de que seus contratos não seriam renovados, e após reclamações receberam um “cala-boca” chamado de bolsa auxílio que cobriu os 15 dias do mês de janeiro, depois disso que cada um esta tentando levar adiante suas carreiras.
A nova-velha equipe da Funvic é composta por 28 ciclistas, sendo seis mulheres e 22 homens. O investimento total da cidade é R$ 850 mil, e será feito pelo Fadenp (Fundo de Apoio ao Desporto Não-Profissional) e pela LIF (Lei de Incentivo Fiscal).
Durante a apresentação da equipe, realizada em 16 de janeiro, os ciclistas desempregados fizeram um protesto numa sala ao lado do auditório aonde acontecia a cerimonia de apresentação da nova para o prefeito, vereadores e patrocinadores.
O secretário de esportes de São José, João Bosco da Silva, afirma que cumpriu uma determinação do FADENP – Fundo de Esportes, que é administrado por um conselho de representantes da prefeitura e órgãos ligados ao esporte e declarou “Reconhecemos que eles participaram de uma competição no dia 6 (Copa América) e o Conselho Deliberativo da FADENP deliberou por pagar bolsa-auxíllio para os atletas que participaram, eles têm direito aos 15 primeiros dias do mês e a partir daí, o assunto está encerrado, uma vez que o FADENP optou por escolher uma nova equipe que pudesse representar a nossa cidade”, disse o secretário João Bosco da Silva, e assim descartou a equipe que havia conquistado para a cidade o título dos Jogos Abertos do Interior para a cidade.
Esse problema precisa ser analisado com maior profundidade, os ciclistas não tem uma entidade de classe que os represente. Não há a profissão de ciclista profissional , ou de desportista profissional no país, excetuando-se os futebolistas. A entidade máxima do esporte a pedal – CBC - deveria ter uma maior atuação nestes problemas.
É momento de que os ciclistas, pilotos e mountain biker’s comecem a pensar nesse tipo de problema, alguém precisa analisar melhor as relações entre ciclistas e equipes no Brasil. As cidades montam equipes porém não há um compromisso maior, muda o prefeito e não há uma lei que as responsabilize pela manutenção das mesmas ou pelas quebras de contrato, seus salários vem por meios de Bolsas que são afetadas muitas vezes por problemas orçamentários ou quando muda a administração. O usual é um ciclista assinar contrato de trabalho com uma equipe por uma temporada que pode ou não ser renovado. Será que não é hora de conversar com desportistas de outras modalidades e buscar a regulamentação da profissão de desportista profissional? É hora de cada desportista pensar no amanhã, na continuidade da sua carreria.
Ciclismo PRO/George Panara
Fotos: Divulgação/arquivo pessoal
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