
Entre 18 e 23 de agosto, o ciclista João Schwindt participou de uma campanha no Facebook para arrecadar dinheiro e alcançou a marca de R$ 5 mil em doações. A ação extra-oficial foi feita por amigos do atleta, com o objetivo de reunir verba para comprar uma bicicleta adequada para competir nos Jogos Paralímpicos de Londres, e durou apenas cinco dias antes de o brasileiro pedir o encerramento. Agora ele está decidindo o que fará com o dinheiro.
A campanha surgiu a partir de um projeto que João montou junto ao ministério do Esporte para conseguir patrocínio e verba para compra de equipamentos de ponta. "Na verdade, a gente deu entrada com isso um pouco em cima da hora", contou ao Terra. Portanto, não houve tempo hábil em relação à Paralimpíada. Foi então que amigos criaram um evento no Facebook pedindo contribuições. A página tem o CPF e dados bancários do atleta para depósito.
Para a surpresa de João, a arrecadação chegou a cerca de R$ 5 mil, que não serão devolvidos. "Foi por isso que o pessoal me ajudou, e com certeza vou adquirir um equipamento que vai me ajudar a retribuir esse carinho com resultados", explicou. "Com esse dinheiro eu não sei se eu compro um par de rodas de competição ou se eu continuo juntando para ver se pego peças de transmissão. Vou avaliar a melhor forma."
A mensagem postada na rede social informa que João viajou a Londres com uma "bicicleta de segunda mão e apresentando desgastes e avarias", correndo o risco de quebrar e impedir a briga por medalhas, o que foi desmentido pelo coordenador do ciclismo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Romolo Lazzaretti. Ele classificou a campanha como "um mal entendido".
"A CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) entregou material novo para o João, ele não vai ser prejudicado. Nós trocamos as peças que estavam um pouco mais usadas", explicou. Segundo ele, também não faz sentido o valor necessário descrito na campanha: R$ 21 mil. "Não existe bicicleta de R$ 20 mil. Aqui elas vão custar 7 mil euros (R$ 17,8 mil). É só com as taxas que elas chegam a esse valor no Brasil ", complementou.
Lazzaretti ainda ressaltou que João Schwindt é funcionário público em Brasília e conta com um bom salário, suficiente para não precisar recorrer a campanhas do tipo. O atleta confirmou que trabalha com desenvolvimento de sistemas de informática. João, no entanto, foge da polêmica ao comentar os desdobramentos do assunto e diz que, assim que soube, pediu para os amigos pararem.
"Foi uma campanha de um pessoal que tem boa vontade, que quer me ajudar aqui, mas da forma como eu vejo, as pessoas não têm que me ajudar a adquirir bicicleta. Tem empresas e formas que o governo propicia para adquirir esse equipamento através da Lei de Incentivo ao Esporte. Há meios mais completos, mais profissionais de se obter isso", afirmou João Schwindt.
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