A ciclista russa Victoria Baranova foi flagrada em um teste de testosterona pré-Olimpíada e expulsa por sua federação, informou a União Internacional de Ciclismo (UCI na sigla em inglês) nesta sexta-feira.
"É o resultado de um teste conduzido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) antes dos Jogos. Ela admitiu usar uma substância proibida e foi mandada de volta para casa dois ou três dias atrás", disse o porta-voz do UCI, Enrico Carpani, à Reuters.
Baranova deveria participar do keirin, modalidade de ciclismo em que um grupo de atletas segue um líder, na Olimpíada.
"Temos trabalhando de perto com o COI e estamos muito felizes com esta colaboração, que fortalece nossa luta contra o doping", acrescentou Carpani.
Baranova, de 22 anos, foi campeã mundial juvenil, é a número 2 do mundo no keirin, e era candidata a uma medalha em Londres.
"Na farmácia comprei um remédio que continha testosterona. Não lembro bem o nome, acho que Andriol. Como sabia que está proibido, não disse nada ao treinador", afirmou Baranova.
"Tomei uma pastilha. E nessa mesma tarde vieram os funcionários de doping fazer a análise. Me assustei e lamentei muito tê-lo feito, mas não disse nada a ninguém", acrescentou.
A ciclista, que faz parte da equipe russa de perseguição, reconheceu que "estava muito nervosa e ficou muito mal às vésperas das Olimpíadas", já que se deu conta que "seus resultados começavam a piorar" durante a concentração na Belarus.
"Estava muito cansada. Vi na internet, li, e antes já havia ouvido falar disso, que para melhorar os resultados é possível utilizar testosterona. Nunca tinha usado antes, mas desta vez me decidi", apontou.
"Justo antes de viajar aos Jogos fizeram-me um teste de doping e saiu limpo. Não voltei a tomar esse remédio e não tinha intenção de fazê-lo no futuro", explicou a russa de 22 anos.
"Pensava que tinha tido sorte e não aconteceria nada. Mas em Londres recebi a notícia que a prova feita na Belarus era positiva. Lamento muito o que aconteceu", declarou.
O vice-presidente da Federação Russa de Ciclismo, Yuri Kucheriavi, disse hoje estar "extremamente decepcionado" com a atleta.
"Eu só sei que todos se submeteram a análise e estavam limpos. Acho que ela ficará dois anos sem competir, pelo menos", previu o dirigente, destacando que a notícia influenciará negativamente no rendimento do restante da equipe.
A russa, campeã mundial sub-23 e medalha de bronze em sprint no último Campeonato Europeu, era uma dos líderes da equipe russa e deveria ter competido nesta sexta-feira. EFE
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