
Afastado do Tour, cinco horas depois de ter vencido no Aubisque, à frente de Contador Rasmussen foi afastado, na altura, pela sua equipe a Rabobank.
O “ pernas de galinha”, cognome com que era conhecido no pelotão, dada a finura das suas pernas, não tinha sido localizado por duas vezes, antes do início do Tour, pelos vampiros. Rasmussen disse que se encontrava no México( a sua esposa é mexicana), quando realmente estava em Itália. Quando a notícia foi conhecida e a mentira descoberta, a equipe holandesa foi de tal forma pressionada, que não teve outra solução senão afastar o dinamarquês da corrida, a quatro dias do fim com o Tour praticamente ganho.
O jornalista do jornal Marca começou por perguntar a Rasmussen, como se sente como patrão da sua equipe atual a Christina Watches:
“Tive a sorte de encontrar a Christina que confiou em mim e me deu uma segunda oportunidade, o que também fez para Stefan.
”
Com 37 anos até quando correrá Rasmussen ?
“O projecto de Christina Watches, cuja sede está na Dinamarca, em Herning, de onde partirá o Giro desta temporada, é para cinco anos. Eu espero seguir até que a equipe seja Continental Profissional; como mínimo até 2013. Em 2011 corri com Rebellin, que tem 40, e quase ganhava o ranking europeu.”
Cinco anos depois do Tour 2007, o encontro com Contador:
“Passaram muitos anos e ele está na idade ideal para o ciclismo e eu estou com quase 38 anos. Para mim, actualmente, é mais importante que ganhe um companheiro a que ganhe eu. A minha carreira está completada e não vais ser mais importante por ganhar uma etapa em S.Luis Era se fosse um triunfo no Tour, Giro ou Vuelta , aqui é preferível ser um colega de equipe a ganhar…
Algum rancor com Contador ?
“ Não tenho nada contra ele. Pelo contrário, agora é o corredor mais forte, do momento..”
E em 2007 ?
“ O mais forte era eu.”
Sente que lhe roubaram o Tour ?
“ Aquele Tour era meu. O que me fizeram foi uma das maiores injustiças da história do desporto, mas agora não posso mudar nada. Tenho aberta uma acção contra a Rabobank.”
Conseguiu dar a volta á situação ?
“Não. A ferida ainda está aberta e podem passar outros 20 anos antes que cicatrize. Contudo, como actualmente me têm acontecido algumas coisas boas, como a formação da minha equipe, a ferida é menor.”
O afrontamento com a Rabobank mantém-se ?
“ Sim. Tenho julgamento em 25 de Maio, no Supremo Tribunal da Holanda. Um Juiz já me deu razão, algo com que estou naturalmente de acordo, mas recorri porque não estava de acordo com o cálculo que fizeram “
Um cálculo estimado em cerca de 700.000 euros:
“ Algo parecido. Mas não se trata de precisar um número, porque perdi muito mais. Podem ser cinco ou 10 milhões de euros, quem sabe, porque o título de vencedor do Tour é para toda a vida,
Onde estava na altura: no México ou em Itália?
“ O importante não é esse facto, mas sim que a lei da altura não contemplava a minha expulsão do Tour. Não importa donde estava , mas sim que cumprissem a lei. O facto foi em 2007 e quiseram aplicar-me uma lei de Janeiro de 2009. Sinto-me roubado.”
Os seus inimigos tentaram tudo por tudo para que não corresse mais. Porquê tanto ódio.
“Porque ainda estão a encontrar uma razão que justifique o que fizeram. “
É verdade que esteve perto de assinar com Riis?
“ Sim, Falei com ele há uns meses, mas desde o primeiro momento, que me disse que tinha de falar com muitas pessoas primeiro e só depois me podia contratar. Certamente que houve alguém que disse não. Mas o mesmo passou-se com a Andaluzia e com a Flaminia. Há sempre uma mão negra por detrás. “
Com que sonha agora?
“ O meu sonho era correr o Tour com o Contador, na sua equipe, Tinha sido uma honra para mim, correr com o ciclista mais forte do mundo. Honestamente creio que precisava de ajuda. Agora as coisas alteraram-se um pouco e o meu sonho é a minha equipe que, espero um dia tornar-se World Tour.”
Christina Watches, a equipe de Rasmussen produziu um relógio de edição especial, comemorativo do seu triunfo e posterior expulsão do Tour de 2007 .
“ Vendem-se na Internet e custam 400 euros, metade dos quais revertem para a equipe. São exclusivos e numerados -, explicou o dinamarquês que passa a sua vida a andar de um lado para o outro entre a Dinamarca, o seu país, México, o da sua esposa esposa, e Itália, o país de adoção de ambos. “Vivemos junto ao Lago de Garda e, para além do aluguer de alguns apartamentos, temos uma loja de bicicletas.”
Na entrevista dado ao jornal Marca, Rasmussen não esqueceu a injustiça. Uma injustiça que perseguiu todos os seus passos, que o impediu de ganhar, como aconteceu no México, em Chiauwa, e que o proibiram de correr por equipes de relevo, mesmo depois de ter cumprido um castigo.
Perseguições que podem levar ao abismo, à depressão e ao suicídio .
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