Esta será a terceira vez que o candango e ciclista Carlos Onofre Moreira, 51 anos, participa da competição. E as lembranças são as melhores possíveis, apesar das dificuldades naturais de um rali do gênero. Há dois anos, ele chegou em quinto lugar na sua categoria. Já em 2011, ficou em sexto, e a meta para 2012 é um pouco mais audaciosa: subir ao pódio.
“Este ano, eles mudaram um pouco o percurso e está mais longo e mais puxado. Vamos fazer cerca de 100km por dia. Mas aprendi com a experiência que, nesse tipo de competição, o que importa é a cabeça. Não adianta sair desesperado e depois estar quebrado”, comenta.
Acompanhando Carlos vão mais dois ciclistas da cidade. Estreante na competição, o servidor público José Antônio Ferreira Filho, 51 anos como o amigo, comenta já ter experiência em provas de estrada e diz ter escolhido fazer o rali pelo que ele considera glamour da prova. Mas mais que isso: trata-se de uma preparação para a sua grande aventura do ano, que será participar do rali Cape-Epic, em março, na África do Sul. Lá, serão 800km em oito dias.
“Nós brincamos que pagamos para sofrer, mas gostamos. Caso contrário, não acordaríamos diariamente às 4h30 da manhã para treinar”, comenta. “Esses ralis são muito técnicos e, por durarem muito tempo, precisamos treinar recuperação também, pois temos de estar inteiros no outro dia para pedalar”, afirma. “A cada dia de rali, pensamos: o que estou fazendo aqui? Mas, depois, tudo compensa”, diz Carlos.
Acostumados a treinar em diferentes terrenos e condições e, principalmente, percorrer longas distâncias, os ciclistas comentam que o maior problema é se a chuva insistir em fazer companhia durante o trajeto. Segundo Carlos, na edição de 2011, a lama e a água foram as protagonistas. Neste ano, eles estão confiantes na previsão do tempo, que promete sol. “O calor pode até ‘desmontar’ a gente, mas o problema da chuva é que estraga o equipamento. E aí fica muito ruim para pedalar. Preferimos nos desgastar a estragar a bike, afinal, estamos aqui para isso”, brinca João.
Dois nomes
O rali tem, oficialmente, dois nomes. Em um ano se chama Piocerá, pois a rota percorrida pelos participantes sai do Piauí e chega ao Ceará. Já no ano seguinte, ocorre o contrário. O nome adotado é o Cerapió, ou seja, a largada é no Ceará e a chegada no Piauí.
História
A primeira edição do rali foi realizada em 1987, em 5, 6 e 7 de dezembro, com a participação de 36 duplas em motos. A ideia nasceu por meio de dois amigos que queriam fazer uma aventura e unir pilotos dos dois estados (Piauí e Ceará) pioneiros na prática do enduro de regularidade na Região Nordeste.
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