Não há fome que não dê fartura. O provérbio é antigo, mas pode aplicar-se à nova RadioShack, equipa que no ano passado se queixava do azar (por vezes com razão) que perseguiu os seus homens talhados para a luta pela geral nas grandes Voltas.
Tudo começou no Giro. Bruyneel escalou uma equipa sem um líder definido e com o objectivo de vencer etapas. A oportunidade foi perfeita para Tiago Machado, que na estreia em grandes Voltas arrancou um 20º lugar e foi o melhor dos RadioShack. Seguiu-se o Tour e aí o azar bateu à porta de Kloden e Brajkovic, que abandonaram devido a quedas feias. Sobrava Leipheimer, mas também o americano caiu e ficou condicionado de lutar sequer pelo top 20. O final do “annus horribilis” da formação americana aconteceu na Vuelta, onde se provou que era cedo de mais para o retorno de Brajkovic e onde Zubeldia não teve pernas para seguir os favoritos.
Para 2012 a situação inverteu-se. Fränk e Andy Schleck, Andreas Klöden, Chris Horner e Jakob Fuglsang vão causar as chamadas dores de cabeça positivas a Johan Bruyneel, ou será assim tão fácil?
FRANK SCHLECK NO TOUR, MAS COM QUE PAPEL?
Plantel de sonho, várias opções válidas para a geral. A verdade é que no que toca a desafiar Alberto Contador e Cadel Evans, apenas um homem o conseguiu fazer em certa medida e esse homem é Andy Schleck.
Que o vice-campeão do Tour vai regressar para tentar mais uma vez é um dado adquirido, resta saber se o fará com Kloden– os quase 100 km de contra-relógio favorecem o veterano alemão – e com Frank Schleck como plano B.
A equipa para a Volta a França ainda suscita dúvidas em Bruyneel, que assegura que Andy e Frank vão correr juntos, não garantindo que o mais velho dos irmãos o faça com a geral em mente: “Eles vão fazer o Tour juntos, mas não estou seguro que ambos atinjam o pico de forma a 100 por cento. Talvez um deles torne isso num grande objectivo e o outro chegue aos 85 por cento”.
No meio de tantas incógnitas, pelo menos aparentes, o manager da RadioShack tem que decidir ainda se Frank Schleck pode ser opção para o Giro. Jakob Fulgsang já foi anunciado como líder para a corrida italiana, mas será que o mais velho dos irmãos Schleck pode ser a carta na manga? “Não descarto essa hipótese. Não digo que sim ou que não, pode ser uma possibilidade”, confessa Bruyneel.
Poderemos então ter Frank a lutar pelo Giro e Andy pelo Tour. Depois de tantas desilusões, 2012 pode tornar-se num ano “vintage” para o clã Schleck, isto se a concorrência deixar.
0 Response to "Bruyneel: "Frank no Giro? É possível""
Postar um comentário